Sylvestre Campe dirige e fotografa longa-metragens, documentários e publicidade para televisão e cinema. Ao longo de sua carreira, seus prêmios de maior destaque foram dois Emmy Awards (EUA, 2006 e 2007), o Gran Prêmio Máximo do Trento Film Festival (Italia, 2005), o Prêmio José Lewgoy (Brasil, 2006) e o Prêmio ABC (Associação Brasileira de Cinematografia, 2005) de melhor fotografia de filme publicitário, entre outros. Além de atuar no mercado audiovisual brasileiro, dirigindo e produzindo séries para a Rede Globo e a GloboSat, Sylvestre teve grande atuação em canais internacionais como CBS, Discovery Channel, ZDF, ARTÉ, FRANCE5 e M6.
Nascido em Munique, é o filho mais velho de uma família franco-alemã. Aos
onze anos de idade, seus pais decidiram dar a volta ao mundo em um veleiro.
Sylvestre e seus três irmãos passaram sete anos visitando lugares como o
Alaska, as Ilhas Galápagos, as Ilhas Salomão e a NovaGuiné, entre outros. Nesse período, seu pai, Joachim Campe, produziu documentários sobre a viagem para a tv alemã. Sylvestre logo se transformou em seu assistente, aprendendo a operar o som e a câmera. Aos dezoito anos a viagem da família terminou e Sylvestre desembarcou nos EUA para estudar cinema na Rhode Island School of Design. Sylvestre mora no Rio de Janeiro com sua esposa e três filhos.
Nao gosto de falar muito sobre isso, mas me considero um aventureiro nato, um aventureiro da escola antiga. Admiro muito grandes exploradores como James Cook, Charles Darwin e Jacques Cousteau. O que mais admiro em todos eles é que foram grandes aventureiros sem deixar a cultura, a pesquisa e os bons hábitos de lado. Adoro esportes, mas gosto de usá-los como uma ferramenta para explorar e conhecer o mundo. É a partir desse ponto de vista que eu os utilizo nas minhas séries para a televisão. Sou filho de pai alemão e mãe francesa e aos onze anos de idade meus pais decidiram construir um veleiro em que coubesse toda a família e que fosse seguro para darmos a volta ao mundo. Além de nós e de meus três irmãos menores, também estava à bordo um professor particular que era encarregado das lições escolares. No início, a ideia era dar a volta ao mundo em três anos, mas acabamos ficando sete anos no veleiro Saint Michel. Meu pai se encantava cada vez mais com lugares super exóticos como as Ilhas Salomão, Ilhas Galápagos e o Alaska, e acabávamos sempre estendendo o nosso tempo de estadia. Ele fazia documentários para a tv alemã durante a viagem e eu acabei sendo o seu assistente de som e de câmera. Nossa viagem começou na França em 1977 e só acabou nos Estados Unidos em 1984 depois de atravessarmos duas vezes o Atlântico… Em 1983 chegamos na Amazônia e vivemos por dois meses na aldeia dos Waiana Apalai, no alto rio Parú, na fronteira com o Suriname.
Lá eu aprendi a caçar, pescar e andar de canoa com os índios. Apesar de termos passado por várias rotas extremas e de eu me sentir muito à vontade num veleiro, nunca limitei minha vida só ao mar. Em 1988 me formei em cinema na Rhode Island School of Design, nos Estados Unidos. Meu primeiro filme como fotógrafo foi o registro de uma expedição de escaladores suíços ao Lhotse Shar, situada na cordilheira dos Himalaias a 8600m.